APRENDENDO SOBRE A ORAÇÃO DA AVE MARIA À LUZ DOS DOGMAS MARIANOS

Dogmas são verdades de fé que cremos, e que a Igreja sente necessidade de esclarecer. São luzes no caminho que é iluminado e seguro para conhecermos a revelação divina. (CIC-§88).

Podemos nos perguntar, então: Quais são as principais verdades de fé professadas pela Igreja a respeito de Maria?

São quatro os dogmas marianos: A SUA MATERNIDADE DIVINA; A SUA VIRGINDADE PERPÉTUA; A IMACULADA CONCEIÇÃO; A ASSUNÇÃO AO CÉU.

Vamos conhecer um pouco sobre o primeiro dogma: A MATERNIDADE DIVINA.

Quando rezamos a oração da Ave Maria, podemos nos questionar: quem a criou? Onde está fundamentada? Vamos aprender que a oração da Ave Maria está ligada a esse primeiro dogma.

Se buscarmos na Sagrada Escritura, encontramos na totalidade, a primeira parte dessa poderosa oração: Lc1,28: “AVE CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR É CONTIGO”; e Lc1,42: “BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES E BENDITO É O FRUTO DO TEU VENTRE”. Mas e a segunda parte? Como foi anexada à primeira? Vejamos então…

Nos primeiros séculos surgiu uma heresia (doutrina ou sistema teológico, rejeitado como falso pela Igreja). Nestório, um monge que se tornou bispo, não aceitava o já tradicional título de TÉOTOCO (Mãe de Deus), para a Virgem Maria. Para ele, Maria não poderia ser chamada Mãe de Deus, pois afirmava que Nossa Senhora era somente mãe de Jesus enquanto homem.

O erro desta posição estava em separar a divindade de Jesus de sua humanidade. Como cristãos cremos que em Jesus há duas naturezas, a Divina, porque Ele é Deus desde toda a eternidade, é a segunda pessoa da Santíssima Trindade; mas também a natureza humana, porque foi verdadeiramente homem desde a sua encarnação.

Diante deste erro de Nestório, de separar as duas naturezas, a Igreja estremeceu porque estava em risco a própria verdade sobre nossa salvação.

Isso foi tão grave que em 431, a Igreja se reuniu para um Concílio (Reunião de Bispos, presidida ou sancionada pelo Papa para deliberar sobre questões de fé, costumes, doutrina ou disciplina eclesiástica), em Éfeso.

Discutiram muito, oraram muito, pediram as luzes ao Espírito Santo, recorreram à Palavra, ao envio dos Apóstolos e, por fim, chegou-se a uma conclusão: O filho de Deus se fez homem. São duas naturezas, a humana e a divina, mas em uma única pessoa. E Maria, portanto, é a Mãe dessa pessoa que é Deus e homem. Maria não poderia ser mãe somente de uma parte de Jesus, pois a pessoa que foi gerada no seu ventre não deixou de ser Deus ao assumir a nossa humanidade, conforme as palavras de Lc 1,35b, “…o ente santo que nascer de ti, será chamado Filho de Deus”.

Ao ser lida a bula de proclamação dessa verdade no Concílio, o Papa, que estava ali à espera da decisão dos Bispos, se pôs de joelhos no chão, e disse numa exclamação que saiu de dentro do seu coração: “SANTA MARIA MÃE DE DEUS, ROGAI POR NÓS PECADORES (porque estavam duvidando dela), AGORA E NA HORA DA NOSSA MORTE”. E toda a assembleia pronunciou: “AMÉM”. Eis ai a segunda parte da oração da Ave Maria.

E aquela noite, religiosos ali reunidos, saíram em procissão com tochas, velas, cantando e orando para que todos soubessem da verdade.

“QUEM É ESTA QUE AVANÇA COMO AURORA, FORMOSA COMO A LUA, BRILHANTE COMO O SOL, TEMÍVEL COMO EXÉRCITO EM ORDEM DE BATALHA? ESTA É MARIA, A MÃE DE JESUS E A NOSSA MÃE”.

Em breve falaremos um pouco sobre o segundo Dogma Mariano.

JÚLIO CÉSAR MALTAURO

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